It’s the people, stupid!

Positive Ventures
4 min readAug 27, 2019

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Venture Capital não é uma ciência exata, mas nesse artigo compartilho com vocês a minha experiência do porque investir em pessoas é o melhor caminho para gerar impacto e retorno financeiro, e como acreditar nisso me aproximou do Michael J Fox e Sergei Brin.

Os fundos de venture capital se dividem em três categorias; uns se especializam em estudar mercados, outros se dedicam a pesquisar tecnologias e existem os que se organizam para analisar o perfil dos empreendedores de sucesso.

Na terceira categoria está o Sequoia. Basta acessar o site da gestora para perceber isso: “We help daring build legendar companies.” é a frase que toma a tela.

Os números demonstram que a decisão de Don Valentine, founding partner da gestora, teve resultado:

Sem dúvida, antever as mudanças de mercado e estar atualizado com relação a tecnologia, são premissas fundamentais de qualquer alocador de recursos com visão de longo prazo, contudo, para investir em negócios early-stage, não temos dúvidas de que estar ao lado do empreendedor certo é o que faz a diferença.

Essa foi a decisão que tomamos na Positive Ventures.

Nos últimos 18–24 meses, analisamos 382 empresas em estágio inicial para investir em 2. A decisão de investimento que tomamos segue a risca as diligências de qualquer gestora de fundos de venture capital — a Lanx Capital é um dos nossos advisors mais próximos e o BMA nos assessora nos processos de due diligence legal -, exceto por duas diferenças fundamentais: como complemento as análises de risco e retorno, em parceria com as Nações Unidas, IMP e Sistema B, adicionamos a dimensão do impacto socioambiental, inclusive para mitigar risco; e, usamos behavioural economics, developmental psychology e outras ferramentas como design thinking — Stanford D.School — para destrinchar e selecionar os melhores empreendedores e times.

Para mostrar que we walk the talk, vamos compartilhar a tese que nos levou a investir na OccamzRazor:

Conhecemos a Dra. Katharina Volz quando ela estava terminando seu PhD in Stem Cell Biology & Regenerative Medicine em Stanford; nunca ninguém havia se formado nessa área de pesquisa em Stanford e ela não só havia sido a primeira, como fez o doutorado em 2.5 anos ao invés de 6, com GPA 4, ou seja, flawless!

A Katharina estava obcecada em usar tecnologia para descobrir a cura de doenças complexas, combinando o conhecimento recém-adquirido com seu propósito de vida. Ela juntou um time best-of-breed de peers, advisors e parceiros, e sabia que se conseguisse desenvolver um produto para acelerar descobertas científicas, além do impacto positivo, ganharia a atenção da indústria farmacêutica e institutos de medicina, talvez o maiores big pockets do planeta. Ou seja, criaria um negócio de impacto com potencial de atrair capital privado e, assim, escala.

Nós participamos do primeiro SAFE round e na sequência fomos acompanhados pela Michael J Fox Foundation e Nicole Shanahan & Sergey Brin Family Foundation, que não apenas financiaram a startup como ajudaram a direcionar o algoritmo para descobrir a cura do Mal de Parkinson, uma doença que afeta milhões de pessoas no mundo.

A Katharina não tinha dúvidas de que se avançasse em Parkinson, poderia usar a mesma estratégia e inteligência para Câncer, Aids, Diabetes, etc.; sua tese era clara, uma doença complexa gera muitos dados e informações e, na ciência, as descobertas são processos evolutivos de erros e acertos, não existe: “- Eureka, descobri a Penicilina!”, os cientistas avançam na medida em que tem acesso a pesquisas de seus pares. Assim, a Katharina criou um algoritmo que não apenas processa e cataloga dados científicos, como os “razors” ou blocos de conhecimento, são compartilhados com a comunidade científica para servirem de apoio aos experimentos em curso.

No ano passado, após atrair mais investimentos e parceiros estratégicos — vale destacar o investimento do Jeff Dean, Chief of Google AI, e Randy Schekman, PhD, prêmio Nobel em Medicine — a startup lançou o The Human Parkinsome, primeiro mapa dinâmico de uma doença complexa feito por IA.

No último e-mail que recebemos da Katharina, ela escreveu: “We have seen significant progress in the field of AI-driven discovery for the treatment and — we believe — an eventual cure of Parkinson’s Disease”. Não poderíamos estar mais orgulhosos da Katharina e time, e de nós mesmos pela coragem que tivemos ao acreditar neles desde o primeiro dia.

Investir em negócios como a OccamzRazor é o que sabemos e gostamos de fazer. Encontrar empresas em estágio inicial, liderados por empreendedores e times extraordinários, que sonham grande e sabem traduzir esse sonho em produtos e serviços que, além do retorno financeiro, catalizam grandes transformações sociais.

Estamos convictos de que ser (1) people-driven e estar ao lado dos melhores empreendedores, e (2) adotar a tese de impact.tech, ou seja, apostar na tecnologia como meio de escalar soluções para grandes desafios sociais e ambientais, é o caminho mais curto para nos aproximar das mudanças que queremos ver no mundo.

E, por fim, não só é possível conciliar impacto e retorno financeiro, como é cada vez mais evidente que as melhores empresas do mundo serão as melhores para o mundo; somos a prova disso, estamos entre as gestoras com maior B Impact score do planeta e nosso investimento financeiro na OccamzRazor já se multiplicou 4x.

Por Fábio Kestenbaum.

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A Bcorp investment management firm focused on impact tech and purpose driven entrepreneurship.

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