Por que investimos em Apprenty?

Positive Ventures
3 min readJul 31, 2023

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Gustavo Behring

O sistema educacional brasileiro possui desafios enormes em todos os seus estágios — desde a primeira infância até o ensino superior. Neste cenário, investir na base é, sem dúvida, imprescindível para um futuro mais democrático, assim como capacitar os jovens de hoje que sofrem com o desemprego e o desalento.

Não é novidade que o nosso ensino superior precisa de muitas reformas. Quando saímos do universo restrito das universidades privadas de elite (ou das universidades públicas, acessíveis, na maioria das vezes, apenas às elites), encontramos currículos defasados, nada aderentes às necessidades de mercado e, consequentemente, pouco úteis para quem mais precisa.

Para quem ingressa em alguma universidade de segundo ou terceiro escalão, passa-se 4 a 5 anos trabalhando para pagar seus estudos, não tendo, após esse período, retorno sobre seu investimento. Para quem não consegue ingressar, provavelmente se junta aos milhões de jovens que nem estudam e nem trabalham, a geração nem-nem, que já representa mais de 30% da população entre 18 e 24 anos (OCDE).

É nesse contexto que enxergamos o potencial da educação técnica e prática, que forma profissionais para desafios reais do mundo do trabalho. Através dela, podemos aumentar as taxas de empregabilidade e renda, ao mesmo tempo em que as empresas também se beneficiam de uma mão de obra mais qualificada e aderente às suas necessidades.

No mundo digital, enxergamos essa oportunidade ainda mais clara. Mesmo com os recentes lay-offs nas big tech companies e startups, todo os tipos de empresas precisam de colaboradores letrados em tecnologia, por isso, ter esses skills pode ser uma ótima porta de entrada para esses jovens.

A Apprenty resolveu abraçar esse desafio “disruptando” inicialmente o sistema de Jovem Aprendiz, programa federal com mais de 20 anos de história e dominado por incumbentes que faturam milhões todos os anos.

Founder-Market-Fit

Os três fundadores possuem formações complementares e profundo conhecimento em educação. O Guilherme (CEO) é formado em Harvard e trabalhou nos últimos 10 anos na área de educação. A Mariane (COO e Educação) foi uma das fundadoras do Ensina Brasil e country manager da Coderhouse. Para complementar, a Marcela, CFA (CFO/CPO) trabalhou no mercado financeiro e em fintechs, e traz o equilíbrio entre visão de mercado e impacto.

Mercado e escalabilidade

No ano passado, uma mudança regulatória passou a permitir que as empresas privadas cumpram o papel de entidades qualificadoras dentro do sistema de Jovem Aprendiz, isto é, assumam a responsabilidade de ensinar tudo o que o aprendiz precisa saber no ambiente de trabalho. Esse serviço antes era apenas oferecido apenas por ONGs, como o CIIE.

Existem hoje, aproximadamente, 500 mil jovens no programa de jovem aprendiz, num mercado de aproximadamente R$2bi/ano. Com as mudanças regulatórias em tramitação, esse número pode duplicar. Além disso, o produto da Apprenty é facilmente replicável para o mercado de estágios, trainees ou outros tipos de treinamento/qualificação dentro das empresas, aumentando seu TAM potencial. Enxergamos a empresa como uma intersecção entre educação e empregabilidade.

Decisivo

Pessoas talentosas existem em todos os lugares, mas oportunidades não. Por isso, a missão da Apprenty é mudar a realidade da educação brasileira através do ensino prático em parcerias com as empresas. Se bem sucedida, ela preencherá uma lacuna gigante que existe hoje dentro do nosso sistema educacional.

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Positive Ventures

A Bcorp investment management firm focused on impact tech and purpose driven entrepreneurship.